Name:
Location: Botucatu, São Paulo, Brazil

Friday, June 02, 2006

O grau de dificuldades no reconhecimento das classes gramaticais no ensino de língua inglesa no ensino médio

Trabalho de pesquisa apresentado para a disciplina de Pesquisa e Prática Educacional V, do curso de Letras das Faculdades Integradas de Botucatu, UNIFAC.



História do ensino de línguas

Desde o século XVIII até hoje na maioria das escolas de 2° grau a metodologia predominante do ensino de línguas é tradução e gramática, com a finalidade de se estudar sua literatura e traduzir.

A partir dos anos 70 e 80, Piaget e Vygostsky já haviam proposto que conhecimento é construído em ambientes naturais de interação social, estruturados culturalmente.

Noam Chomsky revolucionou a lingüística nos anos 60 afirmando que a língua é uma habilidade criativa e não memorizada, e que não são regras da gramática que determinam o que é certo e errado, mas sim o desempenho de um representante nativo da língua e da cultura que determina o que é aceitável ou inaceitável.

O aprendizado de um idioma se dá pela assimilação subconsciente de estruturas gramaticais e vocabulário em contexto social.

O ensino de línguas eficaz é aquele que explora a habilidade do instrutor em criar situações de comunicação autêntica, naturalmente voltadas aos interesses e necessidades de cada grupo e de cada aluno.


Interferência, interlíngua e fossilização

A interlíngua se caracteriza pela interferência da língua materna, essa ocorrência e a persistência de interlíngua é significamente maior em adultos do que em crianças; quem aprende uma segunda língua tem que executar seqüências de operações mentais e motoras novas e precisa evitar os velhos hábitos da língua materna, este problema é muito menor em crianças por não terem hábitos lingüísticos tão enraizados.

Se o professor não tiver um nível de capacidade equivalente à de um nativo, o aprendiz assimilará desvios de que caracterizam a interlíngua, causando uma tendência maior a fossilização dos mesmos.

O aluno precisa de um ambiente autêntico de língua e cultura estrangeira para uma assimilação mais pura.

O professor tem que ter domínio equivalente ao de língua materna, principalmente quando os aprendizes são crianças e adolescentes.

Quanto maior o grupo, menor a exposição ao modelo correto de performance do professor e maior é a exposição a interlíngua dos demais participantes.

Os programas intensivos preservam melhor o potencial do aluno, sendo que, melhor é a imersão total proporcionada pelos programas de inglês no exterior.

Alunos extrovertidos, que buscam um canal de comunicação mesmo sem disporem de habilidade necessária, estarão mais vulneráveis à formação de interlíngua e a fossilização de desvios.

Métodos de ensino aprendizado que não incluem contato freqüente com modelos de performance autênticos, em situações reais de interação humana, são de validade questionável.



O inglês como língua internacional

Se compararmos a importância de se falar uma língua estrangeira há 50 anos atrás com a necessidade hoje da pessoa ser bilíngüe, pode-se facilmente entender a ameaça que o monolinguismo representa e imaginar o problema em que se constituirá quando nossos filhos tornarem-se adultos.



O que significa “aprender inglês”?

No 2º grau aprendemos inglês de maneira que conhecemos sua estrutura, formamos frases interrogativas e negativas, decoramos verbos irregulares, vocabulários e transformamos frases para a voz passiva. Neste caso, armazenamos informações e conhecimentos a respeito da estrutura gramatical da língua na sua forma escrita predominante.

Quando aprendemos inglês memorizando frases e expressões de forma mecânica e repetitiva, terminamos o Livro X ou temos um certificado do Cursinho Z. Neste caso o aluno dificilmente alcançará espontaneidade na comunicação.

Se aprendermos inglês quando falamos com naturalidade, sentimos à vontade na presença de estrangeiros, acompanhamos filmes e noticiários, temos acesso à informações da internet, argumentamos e defendemos nossos pontos de vista, compramos e vendemos em inglês, construímos laços de amizades ou namoramos em inglês. Neste caso desenvolvemos a habilidade funcional, ou seja a assimilação natural.



The good esl student: o bom aprendiz de inglês

A atitude do aluno e o ambiente de língua e cultura estrangeira autêntico são importantes para um aprendizado de inglês.

O bom aluno deve:

- Saber que os ouvidos são mais importantes do que os olhos no aprendizado;
- Falar unicamente inglês na sala de aula e com todas as pessoas a sua volta;

Deve ser autoconfiante e se esforçar para comunicar uma idéia sem receios de cometer erros e atentar à correção do professor;



Tradução mental

Toda pessoa monolíngue ao se depor com uma língua estrangeira tende a apelar para traduções mentais, o que é uma atitude natural.

O aprendizado de uma língua estrangeira como inglês consiste essencialmente na eliminação da interferência da língua materna.

O inglês que apresenta um nível de contraste muito mais preciso em relação ao português, seu aprendizado implica em reaprender a estruturar nosso pensamento, dessa vez nas formas do inglês. Seria como reaprender a pensar.

O método da tradução prematura, assim como aplicado no ensino médio é contraproducente.

Ensinar a traduzir rapidamente poderia ser comparado ao ato de ensinar a andar de bicicleta em bicicleta de três rodas.

Não há cérebro humano que consiga processar duas línguas simultaneamente, por isso é que o bom aprendizado de inglês, desde o 1º dia de aula, não inclui a língua materna.

0 Comments:

Post a Comment

<< Home